sábado, 18 de outubro de 2008

Remexer no lixo da história


Espanha: Garzón ordena investigação aos desaparecidos do franquismo


Ao desenterrar os mortos do fascismo, corremos o risco de desenterrar também os seus fantasmas. As democracias não precisam disto.

2 comentários:

tortadejamon disse...

Olá "homem em tempos de crise",

Acho que, o que tu chamas de "remexer no lixo" e mesmo restaurar a memoria e a dignidade de pessoas que foram assassinadas só por serem mestres de escola ou sindicalistas.

Estes sumam mais de 100.000, estão sepultados em beiras de estradas ou cemitérios ao longo do meu pais, é não há razão, mesmo, para não os procurar.

Se a nossa democracia for verdadeira, nem só precisa disso, DEVE fazê-lo.

PJ disse...

Olá "tortadejamon",

Digo que se trata de remexer no lixo, porque é de lixo político que se trata, aliado a sentimentos de vingança pseudo-justiceiros.

E ao contrário do que afirmas, não se trata apenas de mestres e sindicalista. pelos vistos, o Lorca - figura importante da cultura espanhola - também lá está. Mas isso para mim é irrelevante.

As verdadeiras democracias não julgam a história, nem desenterram mortos do passado para lhes fazer justiça - evitam que os mesmos erros possam acontecer no futuro.

Infelizmente pessoas como tu, sequiosas de vingança e de justiça, não percebem que, ao desenterrar os mortos do fascismo, estão também a desenterrar o próprio fascismo.

Como diz um conterrâneo teu: "quem se mete no túnel do passado, não tem visão de futuro".

Cumprimentos.