domingo, 1 de março de 2009

Até tu, Pacheco?

Respeito intelectualmente o Pacheco Pereira. Talvez por isso esperasse que ele fosse mais longe e não se limitasse a assustar os incautos com o papão da poligamia. Ao contrário do que ele diz é mais um argumento ad terrorem. Além disso, não consigo ver a relação entre uma coisa e outra.

Ao longo da história, sempre houve heterossexuais casados que tiveram e sustentaram amantes. No futuro, irá continuar a haver: mulheres em casa, putas na rua. Sendo isto uma espécie de poligamia, pergunto: qual a relação do fenómeno com o casamento entre pessoas do mesmo sexo? Será que Pacheco Pereira tem medo que, uma vez aquele aprovado, os heterossexuais com amantes - e que desrespeitam os votos do casamento, seja ele civil ou religioso - possam vir a requerer casar com ambas em simultâneo? É isso?

Mas a ser isso, parece-me a mesma coisa que querer questionar a proibição da pena de morte à luz da despenalização do aborto. Não faz sentido nenhum.

Entretanto, deixo-lhe uma lembrança do Banksy:




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